sábado, 1 de maio de 2010

Este texto foi escrito por mim ,para um trabalho do rvcc,e esta historia aconteceu comigo

Quando alguém, por vezes no dia-a-dia, nos é invisível e com uma simples frases nos toca no coração!


“O João”

Na minha profissão, todos os dias conheço pessoas novas. Mas muitas delas mal as vejo mas sei que lá estão, quantos anos têm, como se chamam, se são homem ou mulher.
Mas o tempo que temos por vezes é tão pouco, e por muito que nós queiramos não conseguimos “chegar” a todos os doentes, para lhes dar toda atenção merecida. Parece ridículo, mas é verdade!
Mas depois há doentes que nós marcamos e que ficam no coração, pessoas que nunca mais esquecemos e falamos deles.
Em 2005 esteve um doente internando no nosso Hospital, algum tempo, não só por causa da sua doença, mas porque no fim de já estar recuperado, não tinha para onde ir.
O João, um habitante das Caldas, que se via muito nas nossas ruas da Cidade, que se metia com toda agente mas que não fazia mal a ninguém. O João, que tinha uma família, mas não tinha para onde ir.
Que os longos dias que passou entre nós, mas nunca recebeu uma visita. Que andava pelos corredores, e muitas vezes nós nada dizíamos.
E o mes de Dezembro chegou…O João, continuava, sem uma única visita, do irmão.
E o Natal Chegou…
Até que no dia 25 de Dezembro, ele olhou para mim parou e me disse” MENINA, NEM HOJE QUE É NATAL, EU TENHO UMA VISITA”.
Aquelas palavras nunca mais me saíram da memória… Aquele doente - muitas vezes eu passei por ele sem disser nada! Nunca mais consegui passar por ele sem lhe perguntar “ Então João, como estás? “. Ele tinha sempre um sorriso para nos dar. Para ele aquelas palavras eram tudo, o amor, carinho, conforto, a atenção que ele gostava de ter do seu irmão.
As pessoas que por vezes nós não damos importância, mas muitas vezes as pessoas que nos passamos ao lado, são as mais preciosas.

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